Jovem de 18 anos doa órgãos após acidente e ajuda a salvar quatro vidas em Nova Iguaçu

Jovem de 18 anos doa órgãos após acidente e ajuda a salvar quatro vidas em Nova Iguaçu

O Hospital Geral de Nova Iguaçu (HGNI) realizou, nesta quarta-feira (2), uma complexa cirurgia de captação de órgãos que beneficiará diretamente quatro pacientes em lista de espera do Sistema Nacional de Transplantes (SNT). O procedimento envolveu a retirada de rins, fígado e coração — órgãos cuja doação é menos frequente, especialmente devido à delicadeza técnica e à necessidade de múltiplas equipes médicas especializadas. A operação durou cerca de duas horas.

A doadora foi uma jovem de apenas 18 anos, estudante de enfermagem, que faleceu em decorrência de um acidente de trânsito. Conhecida por seu desejo de ajudar o próximo e pelo sonho de se tornar médica, sua história de empatia e dedicação à saúde motivou a família a autorizar a doação. Um gesto de generosidade que agora oferece uma nova chance de vida a outros.

O secretário municipal de Saúde de Nova Iguaçu, Luiz Carlos Nobre Cavalcanti, ressaltou a importância da doação:
— A doação de órgãos representa a chance de recomeço para quem aguarda um transplante. O HGNI está preparado para acolher as famílias com responsabilidade e conduzir todo o processo com seriedade.

Referência em atendimento de alta complexidade e trauma, o HGNI tem se destacado no cenário estadual pelas captações de órgãos. Até maio de 2025, a unidade notificou 46 casos de morte encefálica, com 19 doações efetivadas. Em muitos casos, a autorização familiar, exigida por lei, não acontece a tempo para viabilizar o transplante.

Para Ulisses Melo, diretor-geral do hospital, a atuação da equipe tem sido fundamental:
— O HGNI é protagonista nesse processo no estado. Estamos entre os primeiros colocados em número de notificações, doações e captações, o que reflete o compromisso da nossa equipe com a vida. Cada procedimento é uma vitória para quem espera por uma segunda chance.

O hospital conta com a Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT), que acompanha todas as etapas, desde o diagnóstico de morte encefálica até a logística para transplante, sempre respeitando os critérios técnicos e legais.

A coordenadora do CIHDOTT, médica Roberta Carvalho, reforça o impacto do gesto:
— Transformar a dor em solidariedade é uma missão diária. Nosso trabalho é pautado pela humanização e respeito às famílias, valorizando cada doação como um ato de amor que salva vidas. Cada decisão consciente de doar traz esperança e renova o ciclo da vida.

A principal orientação para quem deseja ser doador é simples: comunicar sua vontade à família. Não é necessário deixar registro em cartório ou documento oficial — a concordância dos familiares é o que permite que o processo de doação se concretize.

A jovem estudante de enfermagem não conseguiu realizar o sonho de vestir o jaleco como médica, mas seu gesto altruísta fez dela protagonista de uma história que agora pulsa em outros corpos.

 

Fonte: PMNI

Por Jornal da República em 03/07/2025
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