Mercado financeiro deposita expectativa no governo Lula e JP Morgan projeta ganhos recordes para Bolsa brasileira

Mercado financeiro deposita expectativa no governo Lula e JP Morgan projeta ganhos recordes para Bolsa brasileira

A confiança dos investidores no Brasil tem subido, tanto no âmbito nacional quanto internacional, impulsionada por percepções de estabilidade política e sinais de alívio nas taxas de juros nos Estados Unidos. Um relatório recente do banco JP Morgan revela que a Bolsa brasileira poderá registrar avanços históricos nos próximos meses.

Expectativa de alta guiada pela política e economia

O documento da equipe de market intelligence do JP Morgan aponta que o Brasil tem chances de liderar os ganhos em toda a América Latina, conforme o Federal Reserve inicia uma nova fase de cortes nas taxas de juros. Essa movimentação nos EUA reforça o apetite por ativos emergentes, especialmente os brasileiros, segundo os analistas.

Do lado político, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva está sendo visto como um elemento importante na formação dessas expectativas. A estabilidade institucional, estimulada pelas decisões judiciais recentes e pelas perspectivas para as eleições de 2026, aparece como fator determinante para atrair capital externo.

Os quatro pilares do otimismo

O relatório destaca quatro vetores principais que sustentam essa visão otimista sobre o Brasil:

  1. Política monetária: o Banco Central teria espaço para flexibilizar a taxa Selic, possivelmente reduzindo-a até perto de 10% em 2026, se as condições se mantiverem favoráveis.

  2. Cenário político: a manutenção da estabilidade institucional sob o governo Lula e a atenção às movimentações eleitorais — incluindo apoio a potenciais candidatos — contribuem para tranquilizar os mercados.

  3. Papel dos investidores: há uma quantidade elevada de posições vendidas no Ibovespa, além de um fluxo de investimentos externos ainda reduzido. Isso sugere que existe espaço para valorização caso haja retomada desse fluxo.

  4. Histórico em ciclos com cortes de juros nos EUA: o Brasil tem mostrado desempenho relativo acima da média latino-americana e dos índices americanos (como S&P 500 e Nasdaq) em momentos em que o Federal Reserve começa a aliviar a política monetária. Essa lembrança reforça a confiança atual.

Desafios e incógnitas

Apesar do otimismo, há fatores que ainda preocupam observadores de mercado:

  • A incerteza sobre os rumos da economia global, especialmente se os cortes de juros nos EUA não forem suficientes para estimular o crescimento ou se vierem acompanhados de instabilidade cambial.

  • A necessidade de que o governo sustente a percepção de estabilidade política — qualquer evento inesperado ou crise institucional pode abalar a confiança já construída.

  • O impacto de fatores internos, como inflação, orçamento público e reformas estruturais, que ainda devem ser monitorados de perto.

Para onde vão os investidores

Segundo o relatório, o Brasil tem condições de se consolidar como o destino mais atrativo para investidores na América Latina nos próximos 12 a 18 meses. A combinação de juros menos agressivos nos EUA, estabilidade institucional percebida no Brasil e o potencial retorno de investimentos externos formam uma base sólida de expectativas.

Se essas projeções se confirmarem, a Bolsa de Valores brasileira poderá alcançar níveis recordes — não só em termos de preço de ativos, mas como reflexo de um ambiente mais propício para negócios, atraindo mais capital e reduzindo riscos para quem aplica no país.

 

Fonte: Brasil247

Por Jornal da República em 01/10/2025
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