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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, anulou a votação realizada pela Câmara dos Deputados que havia mantido o mandato da deputada Carla Zambelli (PL-SP) e determinou a perda imediata do cargo da parlamentar.
A decisão foi tomada após a Câmara rejeitar, em votação no plenário, o pedido de cassação da deputada. Na ocasião, foram registrados 227 votos favoráveis à cassação, número inferior aos 257 necessários para a perda do mandato.
Decisão e fundamentos
Na decisão, Moraes afirmou que a votação da Câmara foi inconstitucional e que o Parlamento não tem competência para reverter uma decisão judicial transitada em julgado. Segundo o ministro, quando há condenação definitiva em ação penal, cabe ao Poder Judiciário determinar a perda do mandato, cabendo à Mesa da Câmara apenas formalizar a extinção do cargo.
Com a determinação, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), deverá empossar o suplente de Zambelli, Adilson Barroso (PL-SP), no prazo de até 48 horas.
Condenação e contexto
Carla Zambelli foi condenada em maio de 2025 a dez anos de prisão pelos crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica, relacionados à inserção de dados falsos no sistema do Conselho Nacional de Justiça. A sentença transitou em julgado em junho, e a perda do mandato foi estabelecida como consequência automática da condenação.
Após a decisão do STF, Zambelli deixou o Brasil e foi presa em Roma, na Itália, em julho, quando tentava evitar o cumprimento da pena. O processo de extradição para o Brasil ainda está em andamento.
Repercussões
A decisão de Moraes reacendeu o debate sobre os limites entre o Judiciário e o Legislativo. Para o STF, a perda de mandato decorrente de condenação definitiva não depende de votação política, enquanto parlamentares consideram a medida uma interferência na autonomia do Congresso.
A decisão será analisada pela Primeira Turma do STF, que deverá referendar ou não a determinação de Moraes em sessão virtual prevista para esta sexta-feira (12).
Fonte: G1
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