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A Polícia Federal intensificou as investigações sobre o uso de um sistema de gravação telefônica pela força-tarefa da Lava Jato no Ministério Público Federal do Paraná. O objetivo é esclarecer se houve interceptações ilegais de ligações envolvendo advogados, investigados, testemunhas e até autoridades com foro privilegiado.
A apuração ganhou novo fôlego após autorização do Superior Tribunal de Justiça, que determinou a continuidade das buscas mesmo diante de posicionamento anterior pelo arquivamento. A partir dessa decisão, peritos passaram a analisar o equipamento utilizado entre 2016 e 2020 pela equipe da operação.
Sistema pode ter registrado até 30 mil ligações
O aparelho sob perícia — um modelo capaz de gravar ligações telefônicas — teria registrado cerca de 30 mil chamadas ao longo dos anos de uso. Destas, mais de 300 teriam sido acessadas por usuários do sistema. A PF trabalha para identificar quem operou a máquina, se houve exclusão de registros e se algum conteúdo foi transferido para armazenamento externo.
Por determinação judicial, os investigadores não podem acessar o conteúdo das ligações, analisando apenas logs e metadados que permitam rastrear o uso do equipamento.
Possíveis crimes e responsabilizações
A investigação mira a possível prática de interceptação telefônica ilegal, crime com pena prevista de até quatro anos de detenção. Integrantes da antiga força-tarefa, incluindo seu coordenador na época, são citados na apuração. Eles negam irregularidades e afirmam que o sistema teria sido usado apenas para reforçar a segurança diante de ameaças.
Dificuldades de acesso e disputa sobre competência
A PF relatou dificuldades para acessar o equipamento, que estava em Brasília. Após meses de espera e ameaças de busca e apreensão, o aparelho finalmente foi entregue para perícia. A investigação passou por uma longa disputa sobre qual instância deveria conduzi-la até ser encaminhada ao STJ.
Paralelamente, outras frentes relacionadas à Lava Jato — incluindo buscas realizadas em unidades da Justiça Federal em Curitiba — ampliam o debate sobre métodos utilizados pela operação e eventuais violações de garantias legais.
Fonte: Brasil247
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