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O ex-deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva, conhecido como TH Joias, é apontado pela Polícia Federal e pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) como operador de um esquema milionário de lavagem de dinheiro ligado ao tráfico. Em apenas cinco anos, ele e aliados teriam movimentado R$ 140 milhões, segundo informa o portal g1.
A ostentação se tornou uma das principais provas contra o ex-parlamentar. Em fotos obtidas pela investigação, TH aparece deitado em uma cama coberta por notas de reais, cena que, segundo a PF, mostra cerca de R$ 5 milhões pertencentes ao traficante Gabriel Dias Oliveira, o Índio, ou guardados em sua própria residência. Em outra imagem, surge exibindo maços de dinheiro em diferentes pontos da casa (veja foto abaixo). Ele foi preso na quarta-feira (3).
TH com dinheiro na casa do traficante Gabriel Dias de Oliveira, o Índio, em abril de 2024 — Foto: Reprodução
Esquema milionário
De acordo com a Polícia Federal, TH, Dudu e Índio estruturaram um “sofisticado esquema de lavagem de dinheiro”, com uso de laranjas, empresas de fachada e operações de câmbio no mercado paralelo.
“Os elementos probatórios reunidos nos Relatórios de Inteligência Financeira (RIFs) revelam um esquema sofisticado de lavagem de dinheiro, caracterizado pela movimentação de grandes volumes de dinheiro em espécie, operações de câmbio no mercado paralelo, uso de ‘laranjas’ e empresas aparentemente legítimas para ocultar a origem ilícita dos fundos, e transferências financeiras incompatíveis com a renda declarada dos investigados, tudo visando consolidar e expandir as operações do crime organizado”, aponta trecho do relatório.
Conexão com Pezão
Um dos beneficiados pelo esquema seria o traficante Luciano Martiniano da Silva, o Pezão, foragido há mais de uma década. Apenas em abril e maio de 2024, TH teria enviado US$ 1,7 milhão a Pezão.
Em abril, por exemplo, TH cuidou de converter R$ 5 milhões de Pezão em US$ 1 milhão. As fotos do montante foram feitas no Complexo do Alemão. Ao longo daquele mês, o ex-deputado entregou parcelas que variaram de US$ 405 mil a US$ 265 mil, até completar a devolução em dólares.
Em maio, Pezão entregou R$ 4 milhões e recebeu US$ 750 mil. Os investigadores suspeitam que TH lucrava ao aplicar taxas de câmbio mais elevadas do que as cobradas por doleiros.
Dinheiro vivo e armamento
Para os investigadores, a utilização de grandes quantias em espécie tinha como objetivo escapar da fiscalização bancária.
“A materialização dos crimes de lavagem de capitais perpetrados pela organização criminosa investigada fica ainda mais evidente ao se analisar a vultosa e constante movimentação de valores em espécie, prática intrinsecamente ligada à ocultação e dissimulação de recursos de origem ilícita”, destacou a PF.
As apurações também indicam repasses feitos por Índio a Pezão, incluindo R$ 55 mil destinados à compra de bazucas antidrones.
Defesa nega acusações
A defesa de TH Joias contestou as acusações.
“A defesa do deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva considera absurdas as acusações que vêm sendo reiteradas contra ele. Trata-se de uma repetição de fatos já explorados anteriormente, em claro movimento de perseguição política a um representante legítimo do povo do Rio de Janeiro.
Até o presente momento, a defesa não teve acesso integral aos autos, o que evidencia a violação do direito constitucional ao contraditório e à ampla defesa. Reafirmamos nosso compromisso em esclarecer todos os pontos e demonstrar a total inocência do deputado.”
As defesas de Dudu e Índio não foram localizadas para comentar o caso.
Via Agenda do Poder
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