Rodoviários: Sindicato começa a receber denúncias que empresas não estão pagando os 30 minutos de intervalo almoço como hora extra

Rodoviários: Sindicato começa a receber denúncias que empresas não estão pagando os 30 minutos de intervalo almoço como hora extra

  Apesar de ter sido homologado na pauta de reinvindicações assinada pelos representantes das empresas de ônibus e a direção do Sindicato dos Rodoviários, que definiu o reajuste salarial dos cerca de 20 mil motoristas e demais profissionais que fazem parte da categoria, o presidente do sindicato, Sebastião José, começa a receber denúncias que as empresas não estão respeitando o pagamento dos 30 minutos de intervalo de almoço como hora-extra, o que representa mais 2,79% no salário.

De acordo com Sebastião, as denúncias estão sendo confirmadas por diretores do sindicato que estão percorrendo garagens e pontos finais fiscalizando o cumprimento do acordo coletivo, principalmente no que diz respeito ao pagamento do intervalo refeição.

  - É preciso que os motoristas nos ajudem nessa fiscalização controlando seus horários de entrada e saída na escala das empresas, seja tirando uma foto no celular da guia de serviço ou anotando para que no fim do mês, caso haja diferença, o sindicato apure se a denúncia procede ou não para poder entrar com uma ação pedindo que a cláusula acordada seja cumprida. Vale lembrar que será mantido o sigilo da pessoa que fez a denúncia - disse.

 Passe livre nos ônibus para a categoria 

   Apesar de estar garantido no acordo assinado, o passe livre para os trabalhadores ainda preocupa a direção do sindicato, já que algumas empresas de transporte coletivo na cidade estão comunicando a seus funcionários que após a implementação total do sistema de bilhetagem Jaé, eles terão 6% descontado de seus contracheques para custear o deslocamento até o trabalho, como acontece com profissionais de outras áreas.

  - Essa questão da mudança da bilhetagem é de responsabilidade da prefeitura com os empresários, e os trabalhadores não podem ser penalizados com esse possível desconto. Isso é inegociável - garantiu.

   Sebastião lembra também que a possibilidade do desconto está preocupando os trabalhadores rodoviários, pois 40% da categoria mora na Baixada Fluminense, o que fará com que o gasto que terão para chegar ao trabalho seja enorme caso esse direito seja perdido.

  - Essa situação está deixando a categoria temerosa e com medo de perder o emprego, já que o patrão pode alegar que vai ficar mais caro contratar quem mora longe. Que fique claro que quem tem o poder de decisão são os trabalhadores, pois são eles que estão enfrentando a violência que só faz aumentar no transporte público de cerca de 2 milhões de usuarios diariamente aqui no Rio de Janeiro; uma paralisação da categoria não está descartada - explicou.

Por Jornal da República em 07/08/2025
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