Torcedor chileno é denunciado por racismo em estreia de campanha antidiscriminação no Maracanã

MPRJ age rápido e denuncia chileno por gestos racistas durante jogo da Sul-Americana

Torcedor chileno é denunciado por racismo em estreia de campanha antidiscriminação no Maracanã

MPRJ denuncia torcedor chileno por racismo em jogo no Maracanã

Caso ocorreu durante partida entre Fluminense e Unión Española pela Copa Sul-Americana, coincidindo com lançamento de campanha contra discriminação nos estádios

Flagrante durante estreia de campanha antirracismo

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou à Justiça o torcedor chileno Baltazar Martín Garcés López por crime de racismo. O incidente ocorreu durante a partida entre Fluminense e Unión Española pela Copa Sul-Americana, na última quarta-feira (14/05), no Maracanã. O acusado foi flagrado fazendo gestos que imitavam um macaco, direcionados à torcida adversária.

A prisão em flagrante aconteceu justamente no dia em que o MPRJ iniciava uma ação inédita de monitoramento e conscientização contra o racismo nos estádios, através da campanha "Estamos Vigilantes". Vigilantes que trabalhavam na segurança do evento identificaram o comportamento racista, comunicaram às autoridades e efetuaram a prisão do torcedor.

"Essa lamentável ocorrência reforça a importância da presença dos promotores de justiça nas arenas esportivas, garantindo a eficácia da atuação de combate ao racismo e outras infrações, com apoio das forças segurança e demais integrantes do espetáculo esportivo", afirmou o coordenador do Grupo de Atuação Especializada do Desporto e Defesa do Torcedor (GAEDEST/MPRJ), Márcio Almeida.

Denúncia pede manutenção da prisão preventiva

A denúncia, assinada pelo promotor de Justiça Alexander Araujo de Souza, do GAEDEST/MPRJ, relata que o ato racista foi observado pelos promotores presentes no estádio através das imagens das câmeras operadas pelo Centro de Comando e Controle do Maracanã, confirmando a versão apresentada pelas testemunhas.

O Ministério Público requereu a manutenção da prisão preventiva do chileno e solicitou à Justiça que o proíba de frequentar eventos esportivos por um período de três anos. O caso agora segue para apreciação judicial.

Campanha "Estamos Vigilantes" mobiliza atores do futebol

A iniciativa lançada pelo MPRJ representa uma ação inédita de prevenção e repressão ao racismo durante as partidas das Copas Sul-Americana e Libertadores realizadas no Rio de Janeiro. Promotores de Justiça estarão presentes em todos os jogos nos estádios cariocas para monitorar as arquibancadas e atuar em casos de flagrante ou denúncia de atos racistas e xenofóbicos.

"Todos os torcedores que comparecerem às arenas esportivas do Rio de Janeiro terão o Ministério Público ao seu lado, com o objetivo de punir eventuais autores desses atos criminosos e garantir justiça e proteção aos direitos de todos os cidadãos", destacou o procurador-geral de Justiça, Antonio José Campos Moreira, idealizador do GAEDEST/MPRJ.

A campanha "Estamos Vigilantes" também destaca a importância da participação ativa dos torcedores e profissionais envolvidos nas partidas. A iniciativa reúne jogadores dos principais clubes cariocas, torcedores, jornalistas, profissionais de segurança e serviços que atuam nos estádios, além dos promotores de Justiça.

Como denunciar casos de racismo nos estádios

O MPRJ orienta que qualquer pessoa que presencie um ato de discriminação se manifeste imediatamente, acionando policiais militares, a segurança do estádio ou o promotor de Justiça de plantão no Juizado do Torcedor. Também é possível enviar imagens e informações para a Ouvidoria do MPRJ pelo número 127 ou por meio de formulário específico criado para essas denúncias.

A atuação dos promotores é feita presencialmente e também por meio do circuito interno de câmeras dos estádios. Caso seja identificado um ato discriminatório, policiais e seguranças conduzirão o autor ao Juizado do Torcedor. Confirmado o flagrante, será determinada sua prisão e iniciado o processo criminal.

A iniciativa conta com o apoio da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), da Confederação Sul-Americana (CONMEBOL) e da Divisão de Evidências Digitais e Tecnologia (DEDIT/CI2) do MPRJ, cujos peritos realizaram visitas técnicas aos estádios para avaliar o sistema de câmeras e sugerir melhorias para o monitoramento e reconhecimento dos autores.

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Por Jornal da República em 17/05/2025
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