Vencedores recebem o Prêmio FGV de Responsabilidade Social

Seminário na sede da Fundação, no Rio de Janeiro, reuniu vários especialistas no tema.

Vencedores recebem o Prêmio FGV de Responsabilidade Social

via Plurale

A FGV Conhecimento realizou hoje, 30 de setembro, no auditório da sede da Fundação, o III Seminário de Responsabilidade Social 2024. Durante o evento foi entregue o Prêmio FGV de Responsabilidade Social, que busca selecionar boas práticas no setor, voltadas para a melhoria da qualidade de vida das populações urbanas e vulneráveis. A premiação é realizada em parceria com a TV Globo e a Aegea. A apresentação do evento foi da jornalista Maria Júlia Coutinho, do Fantástico da TV Globo.

Na abertura do evento foi realizado o III Seminário de Responsabilidade Social com as presenças de especialistas no tema. O presidente da FGV, o professor Carlos Ivan Simonsen Leal, reiterou que "responsabilidade social em resumo é eu me importo com as pessoas, com a sociedade que vivo." Lembrou do episódio da Segunda Guerra Mundial, quando soldados britânicos cruzaram o Canal da Mancha para resgatar companheiros que tinham combatido na histórica batalha contra o Eixo. "Eles fizeram o que era preciso ser feito." O professor contou que a FGV tem vários bolsistas em seus cursos, muitos dos quais vieram de outros estados e regiões. "Dar conhecimento é a parte mais fácil. Mas percebemos com o tempo que estar no Rio de Janeiro envolve uma série de outras ações. Como também compartilhar Cultura - bons livros, palestras, teatros, música, etc."

O Ministro do Supremo Tribunal Federal, André Mendonça, presidente do Conselho da premiação, destacou o papel de união e cooperação entre todas as partes - governos, Judiciário, empresas e sociedade civil - em prol de uma sociedade mais solidária. "Todos devemos ser solidários. Apenas assim será possível garantir esperança e o cumprimento de Direitos para todos. Temos que seguir um estilo de vida marcado pelo amor ao próximo. E próximo é todo aquele que nos aproximamos. Neste contexto que se insere este Prêmio da FGV."

 

O presidente do Conselho de Administração do Bradesco e da Fundação Bradesco, Luiz Carlos Trabuco (foto), destacou que o "Brasil não é um país pobre e sim desigual". E completou: "Precisamos salvar as pessoas, senão não haverá futuro. É uma desigualdade estrutural, medida com várias estatísticas pelo IBGE. Temos que correr contra o tempo. Tenho dito várias vezes que não podemos perder tempo. Tenho muito orgulho não só de ser presidente do Conselho do Banco, sendo bancário há mais de 50 anos, mas também de presidir a Fundação Bradesco, com foco na educação." E encerrou sua fala citando o educador Paulo Freire - "A Educação não muda o mundo, mas muda as pessoas, que irão mudar o mundo."

Ana Maria Diniz, do Instituto Península, falou sobre o trabalho com foco em melhorias para professores de escolas públicas. E elogiou a premiação da FGV pelo olhar em responsabilidade social. "Precisamos fazer com que o ESG entre mesmo no core business das empresas. Foi emocionante ver o engajamento de empresas e famílias com ações sociais na pandemia."

Daniela Redondo, diretora-executiva do Instituto Coca-Cola lembrou que o investimento social corporativo no Brasil avançou muito nos últimos anos, não só pelos Institutos e Fundações, mas também pela rede, em parcerias com o Terceiro Setor. "No Instituto Coca-Cola temos a Plataforma Coletivo, com a missão de chegarmos a impactar 1 milhão de jovens até 2026 com capacitação digital, com 47% de empregabilidade." E citou as parcerias com o Ministério do Trabalho e articulação com governos estaduais e municipais.

O encontro é uma iniciativa do Fórum Permanente de Responsabilidade Social, que propõe uma agenda de debates sobre práticas sociais, com o objetivo de estimular a inovação e o desenvolvimento humano. Foram selecionados, como ganhadores do Prêmio, três projetos classificados em primeiro, segundo e terceiro lugares, um projeto escolhido como melhor prática de responsabilidade social e uma pesquisa no eixo temático de segurança pública. O público-alvo da iniciativa são instituições e organizações da sociedade civil sem fins lucrativos, gestores sociais e pesquisadores, que realizam ações, individual ou institucionalmente. A premiação será nos seguintes valores: R$ 50 mil para o 1º colocado; R$ 30 mil para o 2º colocado e R$ 20 mil para o 3º colocado, ofertando também a quantia de R$ 15 mil para a pesquisa vencedora e uma menção honrosa para o projeto selecionado como melhor prática de responsabilidade social.

A pernambucana Roberta Negrini, do Movimento "Eu visto o bem" - com foco em mulheres encarceradas e que faz upcycling de moda, recebeu o prêmio principal da FGV da empresária Lucília Diniz e do diretor-presidente da TV Globo, Paulo Marinho.

A pernambucana Roberta Negrini, do Movimento "Eu visto o bem" - com sede em São Paulo e foco em mulheres encarceradas e que costuram e fazem upcycling de retalhos de tecido, recebeu o prêmio principal da FGV. "Precisamos fazer algo pelas mulheres encarceradas. E não só por elas, mas também por seus filhos, que acabam sendo entregues ´de bandeja`para a criminalidade." Depois de capacitadas como costureiras, as detentas quando soltas conseguem emprego no programa ou em outras empresas. "Estamos fazendo ação pelas mulheres e também pelo meio ambiente, reaproveitando as sobras de tecidos que seriam descartadas em lixões."

 

O presidente do Conselho Curador do Instituto Matias Machline, o empresário Sung Ung Song (ao centro), recebeu o segundo lugar do prêmio da ativista Luiza Brunet e do Diretor Jurídico da TV Globo, Antônio Cláudio Ferreira Netto.

Em segundo lugar ficou o Instituto Matias Machline, com sede no Polo de Manaus e foco em empregos técnicos para 1,5 mil jovens da capital do Amazonas. Os jovens têm entre 14 e 17 anos, cursam a 9ª Série do Ensino Fundamental e passam por um processo seletivo por análise de conhecimento e análise socioeconômica no qual são recrutados os alunos com maior vulnerabilidade social e menor poder aquisitivo (90% de escolas públicas da região). O presidente do Conselho Curador do Instituto, o empresário Sung Ung Song, contou que muitos jovens são aprovados em Universidades públicas de excelência em Manaus e também em outros estados, como o ITA, de São Paulo.

Alan Maia, fundador da Agência do Bem (ao meio), recebeu o terceiro lugar do Prêmio do Diretor Jurídico da TV Globo, Antônio Cláudio Ferreira Netto e do Bispo Abner Ferreira, da Assembleia de Deus de Madureira.

 

E em terceiro lugar foi a vez da Ong carioca - Agência do Bem - com foco na comunidade de Vargem Grande (Zona Oeste do Rio de Janeiro), que trabalha há mais de 10 anos com projetos de educação que visam a promover o desenvolvimento sustentável dos territórios onde atua. Os projetos abrangem diversas áreas como tecnologia, empreendedorismo, cultura e formação profissional. Quem representou a Ong foi o seu fundador, Alan Maia.

Também foram premiados o Instituto Mais Água, que recebeu o troféu do presidente da Águas do Rio e AEGEA, Anselmo Leal. Ele destacou o importante papel da água encanada e saneamento para a vida de cariocas e brasileiros. "São muitos contrastes. Temos 33 mihões de brasileiros sem água tratada e cerca de 100 milhões vivendo ainda sem esgoto no Brasil. Temos feito investimentos maciços. Todos os que concorreram podem se considerar vencedores. Responsabilidade social é uma questão para toda a sociedade."

O Instituto Mais Água é uma organização sem fins lucrativos que promove acesso a água limpa e potável em comunidades do Estado do Piauí que sofrem com a seca, sede e falta de acesso. Sua atuação viabiliza soluções sustentáveis nessas comunidades, bem como a posterior oportunidade de geração de renda via economia circular e desenvolvimento agrícola de soberania alimentar.

 

 

 

 

 

Por Jornal da República em 02/10/2025
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