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Em meio a uma crescente tensão política, o prefeito de Campos dos Goytacazes, Wladimir Garotinho, fez graves acusações sobre o que chamou de "asfixia financeira intencional" contra a saúde do município. Segundo o gestor municipal, desde que um campista assumiu a presidência da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) em 2023, o cofinanciamento estadual para o custeio dos hospitais públicos da cidade foi "reduzido a zero".
A declaração, publicada nas redes sociais do prefeito, aponta diretamente para Rodrigo Bacellar, atual presidente da Alerj e também secretário de Estado de Governo, que está como governador em exercício durante viagem de Cláudio Castro. "Quem manda de fato no governo estadual do Rio é meu adversário local. Enquanto outras cidades continuam recebendo, a cidade dele foi excluída e isso não é coincidência, é boicote", afirmou Garotinho.

Troca de acusações intensifica crise política
A disputa ganhou novos contornos quando Bacellar visitou Campos acompanhado de deputados estaduais. Durante o evento, o deputado Rodrigo Poubel defendeu o governador em exercício, afirmando que "se esses quase meio bilhão vieram para Campos para saúde, foi graças ao governador Bacellar, que sempre colocou à frente qualquer briga política".
Poubel ainda fez acusações graves sobre a gestão dos recursos: "Se o dinheiro chegou, mas não está na saúde, foi para o bolso de alguém". O parlamentar denunciou que o Hospital Geral de Guarus (HGG) estaria "pegando gás emprestado" e sem material básico, prometendo fiscalizar as unidades de saúde do município.

Prefeito rebate críticas e questiona obras estaduais
Em resposta às declarações dos deputados, Wladimir Garotinho publicou um vídeo afirmando que "a verdade dói, mas também liberta". O prefeito destacou que sempre agradeceu ao governador Cláudio Castro pelas parcerias, mas que os repasses cessaram coincidentemente após Bacellar assumir a presidência da Alerj.
Garotinho também questionou a promessa de Bacellar de sobrevoar a obra da Estrada do Ceramista: "De helicóptero o senhor não vai ver de perto. O senhor devia ir lá de carro, a pé, andar aqui na beira do valão e ver como está ficando o pavimento, como estão trincando as casas dos moradores".
O prefeito ainda apontou uma contradição nas datas de conclusão da obra, mencionando que enquanto documentos oficiais indicam a abertura da estrada para 30 de junho, Bacellar teria declarado à imprensa que a via só será liberada em seis meses. "Já morreu uma ciclista atropelada por um caminhão. Tenha um pouquinho de humanidade e compaixão pela sua cidade", concluiu.

Impactos na saúde pública e na população
Enquanto o embate político se intensifica, a população de Campos dos Goytacazes enfrenta as consequências da disputa. Segundo relatos, unidades de saúde enfrentam escassez de insumos básicos e dificuldades operacionais, como a falta de gás no Hospital Geral de Guarus.
Especialistas em gestão pública alertam que disputas políticas não podem comprometer serviços essenciais. "Quando recursos são contingenciados por motivações eleitorais, quem sofre é o cidadão que depende do sistema público", explica Maria Helena Santos, professora de Políticas Públicas da Universidade Estadual do Norte Fluminense.
A situação em Campos exemplifica um fenômeno recorrente na política brasileira: o uso de recursos públicos como instrumento de pressão política, especialmente em períodos pré-eleitorais, quando alianças e rivalidades se intensificam visando o próximo pleito.
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