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Eduardo Bolsonaro em desespero: sanções americanas expõem cerco que se fecha contra família
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) demonstrou ontem o desespero que o aflige ao comemorar as novas sanções americanas impostas a autoridades brasileiras. Há sete meses em solo americano, o parlamentar encabeça uma série de ações junto ao presidente Donald Trump que prejudicam o Brasil em todos os setores. Seu único objetivo é claro: livrar a própria pele e a de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro. Nos Estados Unidos, ele se sente impune, mas para as autoridades brasileiras, definitivamente não é.
A situação do deputado se deteriora rapidamente no cenário político nacional. Na iminência de ter o mandato cassado, Eduardo Bolsonaro acabou de sofrer mais uma derrota significativa. O presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), indeferiu a indicação da liderança do PL para nomear Eduardo como líder da minoria no lugar da deputada Carol de Toni (PL-SC). A manobra visava salvar seu mandato e favorecer o exercício parlamentar de forma remota, estratégia que foi completamente frustrada pela decisão de Motta.
O cerco se fecha ainda mais com a análise que a Comissão de Ética da Câmara deve iniciar hoje sobre a abertura de processo de quebra de decoro parlamentar contra Eduardo. Há na comissão quatro pedidos distintos que solicitam a cassação do parlamentar. Simultaneamente, a Procuradoria-Geral da República denunciou o deputado, junto com o blogueiro Paulo Figueiredo, por coação no curso do processo devido à sua atuação fora do país para obstruir processos judiciais em andamento no Supremo Tribunal Federal. A curva já foi feita e retroceder não está nos planos de ninguém envolvido nesta escalada.
O governo norte-americano anunciou uma nova lista de autoridades brasileiras que entraram no radar de Donald Trump, incluindo o advogado-geral da União, Jorge Messias, que teve o visto revogado. A mulher do ministro Alexandre de Moraes, a advogada Viviane Barci de Moraes, foi inserida na Lei Magnitsky, assim como a empresa do casal, a Lex Instituto de Estudos Jurídicos. Essas medidas representam uma escalada sem precedentes nas relações diplomáticas entre os dois países, com consequências que se estendem muito além do âmbito político.
Em resposta às sanções americanas, o Itamaraty classificou a ação dos Estados Unidos como uma nova tentativa de ingerência indevida em assuntos internos brasileiros. A nota oficial considera as medidas uma ofensa aos 201 anos de amizade entre os dois países, além de representar a politização e o desvirtuamento na aplicação da lei. "Esse novo ataque à soberania brasileira não logrará seu objetivo de beneficiar aqueles que lideraram a tentativa frustrada de golpe de Estado, alguns dos quais já foram condenados pelo Supremo Tribunal Federal. O Brasil não se curvará a mais essa agressão", declarou o ministério das Relações Exteriores.
A indignação com as declarações norte-americanas se manifestou em diversas esferas políticas. O ex-deputado federal Roberto Freire (Cidadania-PE) respondeu em inglês ao post do secretário de Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, rebatendo o que chamou de comparação caluniosa entre o ministro Alexandre de Moraes e sua mulher ao casal de criminosos Bonnie e Clyde. "Inadmissível tal ultrajante expressão ser proferida por um secretário de Tesouro dos USA. Ela seria própria de um marginal", declarou Freire, evidenciando o tom de revolta que tomou conta de setores da política brasileira.
Após os atos populares contra a PEC da Blindagem e o projeto da anistia, Hugo Motta se manifestou afirmando que essas manifestações "demonstram que a democracia no país está viva e que a população está nas ruas defendendo aquilo que acredita". Uma expressão usada pelo presidente da Câmara chamou particular atenção quando ele disse que é preciso tirar as "pautas tóxicas" da agenda legislativa para que o país possa olhar para a frente. O termo sugere um reconhecimento de que certas proposições legislativas estão envenenando o ambiente político nacional.
O debate sobre a anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023 ganha diferentes nomenclaturas conforme os interesses políticos. Os bolsonaristas querem a anistia total, o Centrão fala em rever a dosimetria das penas aos condenados, enquanto o ex-presidente Michel Temer lança um novo termo: "redosagem das penas". Ao final das contas, são muitas palavras, termos e arranjos que desembocam no mesmo objetivo: aliviar a penalidade para quem ameaçou a democracia literalmente com a vandalização de órgãos públicos num plano que mirava um golpe de estado.
A articulação de Eduardo Bolsonaro no exterior representa um capítulo inédito na política brasileira, onde um parlamentar em exercício atua deliberadamente contra os interesses nacionais a partir de território estrangeiro. Sua permanência nos Estados Unidos, longe do alcance das autoridades brasileiras, demonstra uma estratégia de fuga que pode ter consequências jurídicas e políticas ainda mais severas. O desespero demonstrado em suas declarações revela a consciência de que o cerco se fecha inexoravelmente, e que as consequências de seus atos podem ser irreversíveis tanto para ele quanto para sua família política.
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