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Guilherme Derrite muda relatório três vezes em uma semana e expõe falta de experiência parlamentar
O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite (PP-SP), protagonizou uma das semanas mais turbulentas da política nacional ao assumir a relatoria do projeto de lei antifacção na Câmara dos Deputados. Em apenas sete dias, o parlamentar mudou três vezes o texto do relatório, evidenciando a complexidade das negociações no Congresso Nacional.
Derrite, que se licenciou do cargo no governo paulista para reassumir sua cadeira na Câmara, chegou com a promessa de fazer mudanças bruscas no projeto elaborado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. A proposta, considerada uma grande aposta do governo federal para combater as facções criminosas, ganhou apoio do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que defende a criação de um marco legal contra o crime organizado.
As primeiras alterações propostas pelo deputado paulista geraram forte reação. Derrite retirou competências da Polícia Federal nas investigações sobre crime organizado e modificou pontos da Lei Antiterrorismo, decisões que foram duramente criticadas pelo governo federal, especialistas em segurança pública e pela sociedade civil organizada.
A pressão política obrigou o parlamentar a recuar. Em suas revisões subsequentes, Derrite manteve as competências da Polícia Federal, abandonou a equiparação de organizações criminosas a grupos terroristas e reconheceu a viabilidade da proposta original do Executivo. O deputado, no entanto, conseguiu incluir sua contribuição ao ampliar a criação de bancos de dados sobre membros de facções criminosas, prevendo sistemas estaduais integrados ao nacional.
A expectativa é que o PL 5582/25 seja votado no plenário da Câmara ainda nesta quarta-feira (12), conforme previsão de Hugo Motta. O projeto tramita em regime de urgência, o que acelera sua análise pelos parlamentares. Uma vez aprovada a matéria, especula-se que Derrite retorne ao cargo no governo de São Paulo ou permaneça na Câmara, considerando a proximidade das eleições proporcionais.
Investigações no Senado avançam
Paralelamente, a CPI do Crime Organizado no Senado se prepara para ouvir depoimentos cruciais na próxima semana. Entre os convocados estão o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, o diretor de Inteligência da PF, Leandro Almada, e o promotor Lincoln Gakiya, reconhecido nacionalmente pelo trabalho de enfrentamento ao PCC.
A comissão não descarta convocar líderes de facções criminosas para depor. O senador Marcos do Val (Podemos-ES) propôs a convocação de Marcos Roberto de Almeida, conhecido como Tuta, apontado como sucessor de Marcola no comando do Primeiro Comando da Capital.
Policiamento fluvial ganha força
A Câmara dos Deputados analisará projeto aprovado na Comissão de Segurança Pública do Senado que obriga as polícias civis e militares a criarem unidades específicas para atuar nos rios brasileiros. A proposta, de autoria do senador Sérgio Petecão (PSD-AC) e relatada por Márcio Bittar (PL-AC), determina que as Polícias Militares façam o policiamento fluvial, enquanto as Polícias Civis ficarão responsáveis pelas investigações.
Os rios brasileiros, especialmente na região amazônica, têm sido alvos constantes de grupos criminosos que praticam diversos crimes contra a população local e viajantes. A medida busca fortalecer a segurança nessas áreas estratégicas.
TSE adia julgamento de governador
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) paralisou novamente o julgamento do governador de Roraima, Antonio Denarium (PP), que já possui dois votos favoráveis à cassação de seu mandato. O ministro Nunes Marques pediu vista do processo, que deve retornar à pauta em 30 dias, próximo ao início do recesso forense.
O ministro André Mendonça votou pela cassação de Denarium e de seu vice, Edilson Damião (Republicanos), ambos acusados de abuso de poder político e econômico nas eleições de 2022. A estratégia jurídica garante mais tempo no cargo ao governador, que pode estar planejando uma candidatura ao Senado Federal.
Com as eleições gerais se aproximando e o prazo de desincompatibilização de cargos públicos previsto para cinco meses, o timing do julgamento ganha relevância política. O adiamento beneficia Denarium, que mantém suas prerrogativas de governador enquanto avalia seus próximos passos na carreira política.
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