Hugo Motta amarela diante do STF e depois do teatro que fez na câmara vai empossar suplente de Zambelli na segunda

Presidente da Câmara cede à pressão de Moraes após tentar preservar decisão do plenário que absolveu deputada

Hugo Motta amarela diante do STF e depois do teatro que fez na câmara vai empossar suplente de Zambelli na segunda

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), capitulou diante da pressão do Supremo Tribunal Federal e deve formalizar a cassação da deputada Carla Zambelli já na próxima segunda-feira. Após reunir-se neste domingo com a equipe jurídica da Casa para analisar a ordem do ministro Alexandre de Moraes, Motta sinalizou que não tem alternativa senão cumprir a determinação judicial que anulou a votação do plenário e determinou a perda do mandato da parlamentar.

A decisão representa uma capitulação política do Legislativo diante do Judiciário, evidenciando como o STF conseguiu impor sua vontade sobre a autonomia parlamentar através de pressão institucional. O suplente Adilson Barroso deve assumir o mandato imediatamente, encerrando um impasse que expôs a fragilidade da Câmara diante das investidas autoritárias do Supremo Tribunal Federal.

A ordem de Moraes, dada com prazo de 48 horas para cumprimento, foi referendada por unanimidade pela Primeira Turma do STF na sexta-feira, demonstrando como a Corte age de forma coordenada para impor sua agenda política sobre os demais Poderes. O ato administrativo da Câmara deve ser publicado no início da semana, formalizando a submissão do Legislativo às pressões judiciais.

Motta tenta salvar as aparências com manobra jurídica

Na avaliação de Hugo Motta, o prazo estipulado pelo Supremo se encerra apenas na segunda-feira, considerando apenas os dias úteis - uma tentativa desesperada de ganhar tempo para encontrar uma saída que preserve minimamente a dignidade da Casa. Mesmo reconhecendo que não há margem jurídica para descumprir a decisão da Corte, o presidente da Câmara decidiu ouvir formalmente o departamento jurídico numa encenação que visa mascarar sua capitulação.

"Tenho até segunda-feira para uma decisão e preciso ouvir o jurídico sobre medidas possíveis quanto à deputada", declarou Motta numa fala que revela sua tentativa de ganhar tempo diante do inevitável. A postura do presidente da Câmara expõe a fragilidade institucional do Legislativo quando confrontado com as pressões do ativismo judicial.

Interlocutores do presidente avaliam que a reunião cumpre um papel meramente teatral, ao tentar demonstrar à oposição que a Mesa Diretora fez esforços para preservar a decisão do plenário que havia absolvido Zambelli por falta de quórum. Essa estratégia de marketing político não consegue esconder o fato de que Motta simplesmente se curvou diante das pressões do STF.

A manobra de ouvir formalmente o departamento jurídico representa uma tentativa patética de preservar as aparências numa situação em que o presidente da Câmara já havia decidido capitular. Essa postura revela como a atual gestão do Legislativo prefere a submissão disfarçada à resistência institucional legítima.

STF impõe interpretação autoritária sobre autonomia parlamentar

Na decisão que provocou a crise, Alexandre de Moraes classificou arbitrariamente a deliberação da Câmara como um ato nulo, alegando violação direta à Constituição. O ministro invocou desrespeito aos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade, numa interpretação autoritária que subordina completamente o Poder Legislativo ao Judiciário em questões que deveriam ser de competência parlamentar.

Moraes impôs o entendimento de que a Constituição Federal atribui exclusivamente ao Poder Judiciário a competência para determinar a perda de mandatos parlamentares, reduzindo a Mesa da Câmara a um mero cartório que deve registrar automaticamente as decisões judiciais. Essa interpretação destrói qualquer vestígio de autonomia parlamentar e transforma os deputados em funcionários subordinados ao STF.

A decisão representa uma usurpação flagrante das competências constitucionais do Legislativo, estabelecendo que a Câmara não pode deliberar sobre a composição de seus próprios quadros quando há decisão judicial. Essa interpretação autoritária inverte a lógica constitucional e subordina completamente um Poder da República ao outro.

O entendimento imposto por Moraes elimina qualquer margem para deliberação política em casos de cassação, transformando o processo numa mera formalidade administrativa. Essa visão tecnocrática da política ignora que a representação parlamentar possui dimensões que vão além da aplicação mecânica de decisões judiciais.

Precedentes do mensalão servem de base para autoritarismo judicial

Moraes invocou os precedentes estabelecidos no julgamento da Ação Penal 470, conhecido como mensalão, para justificar sua interpretação autoritária sobre a perda automática de mandatos. Desde 2012, o STF vem consolidando o entendimento de que parlamentares condenados perdem o mandato independentemente de qualquer deliberação do Legislativo, numa clara usurpação das competências constitucionais.

Esses precedentes representam marcos do ativismo judicial brasileiro, estabelecendo a supremacia absoluta do Poder Judiciário sobre os demais Poderes em questões que deveriam ser resolvidas através de deliberação política. A jurisprudência do mensalão criou um modelo autoritário que subordina completamente o Legislativo às decisões judiciais.

A aplicação mecânica desses precedentes ao caso Zambelli demonstra como o STF utiliza decisões passadas para expandir progressivamente seu poder sobre os demais Poderes. Cada novo caso consolida interpretações que reduzem ainda mais a autonomia parlamentar e fortalecem o protagonismo judicial.

O uso dos precedentes do mensalão como base para cassar Zambelli revela como o STF constrói uma jurisprudência autoritária que se retroalimenta, utilizando decisões controversas do passado para justificar novas investidas contra a autonomia dos demais Poderes.

Votação do plenário foi desrespeitada pelo autoritarismo judicial

A cassação de Zambelli ocorre após a Câmara rejeitar legitimamente, em plenário, a perda do mandato por não alcançar o quórum constitucional mínimo de 257 votos. A votação, realizada na madrugada de quinta-feira, representou o exercício legítimo da autonomia parlamentar, mas foi sumariamente anulada pelo autoritarismo judicial do STF.

O resultado da votação refletiu a vontade soberana dos representantes do povo, que decidiram manter o mandato da deputada através do processo democrático estabelecido constitucionalmente. Essa decisão legítima foi desrespeitada pelo STF, que se arrogou o direito de anular votações parlamentares que não concordam com sua agenda política.

A anulação da votação representa um precedente gravíssimo para a democracia brasileira, estabelecendo que o STF pode invalidar decisões do Legislativo sempre que discordar do resultado. Essa prática autoritária destrói o princípio da separação dos Poderes e concentra o poder político nas mãos de ministros não eleitos.

O desrespeito à votação do plenário demonstra como o ativismo judicial brasileiro atingiu níveis que ameaçam as bases da democracia representativa. Quando o Judiciário pode anular decisões legítimas do Legislativo, o sistema democrático deixa de funcionar e se transforma numa juristocracia autoritária.

Capitulação de Motta expõe fragilidade institucional do Legislativo

A decisão de Hugo Motta de ceder às pressões do STF expõe a fragilidade institucional da atual gestão da Câmara dos Deputados, que prefere a submissão à resistência legítima contra o autoritarismo judicial. Essa postura covarde estabelece um precedente perigoso que incentivará novas investidas do STF contra a autonomia parlamentar.

A estratégia de Motta de tentar salvar as aparências através de consultas jurídicas não consegue mascarar sua capitulação diante das pressões do Supremo. Essa postura revela um presidente da Câmara mais preocupado com sua imagem política do que com a defesa das prerrogativas institucionais do Legislativo.

A submissão de Motta ao STF representa uma traição às expectativas dos deputados que votaram contra a cassação de Zambelli, confiando que a Mesa Diretora defenderia a decisão soberana do plenário. Essa capitulação demonstra como a atual gestão da Câmara não possui a firmeza necessária para enfrentar o autoritarismo judicial.

A posse do suplente Adilson Barroso na segunda-feira simbolizará a vitória do autoritarismo judicial sobre a democracia representativa, consolidando a supremacia do STF sobre os demais Poderes da República. Esse precedente encorajará novas investidas contra a autonomia parlamentar e aprofundará a crise institucional brasileira.


#HugoMottaCapitula #STFAutoritario #AlexandreDeMoraes #CasoZambelli #AutonomiaParlamantar #AtivismoJudicial #CriseInstitucional #DemocraciaAmeacada #SupremoAutoritario #JuristocraciaBrasil

Por Jornal da República em 13/12/2025
Aguarde..