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Presidente da COP, André Corrêa do Lago, em sessão plenária aberta next5a sexta (21), na Zona Azul, em Belém
“A COP terá o tempo que se fizer necessário para dar conta dos temas que são importantes para o equilíbrio do planeta, para a vida das pessoas. Aqui, o nosso objetivo é que os trabalhos possam acontecer com intensidade, mas tendo o tempo necessário para que as negociações sejam feitas e a gente possa alcançar os melhores resultados.” Com essa declaração, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, sinalizou uma possível prorrogação dos trabalhos da COP 30.
O encerramento ainda é oficialmente previsto para esta sexta-feira (21/11). Mas após o episódio de incêndio nesta quinta no pavilhão de países provocar a evacuação de toda a Zona Azul, onde ocorre a conferência do clima, a extensão dos debates por mais um dia não está descartada.
Mesmo com brigadistas e bombeiros agindo rapidamente e controlando o fogo em seis minutos, a interdição foi necessária para que se realizasse uma ampla inspeção em todos os ambientes. E para se procedessem investigações sobre a causa do incidente. O espaço foi totalmente liberado na noite de ontem – com exceção da pequena área atingida. E os debates em busca de acordos em diversos temas prosseguiram ainda ontem e já se reiniciaram na manhã desta sexta.
O presidente da COP 30, embaixador André Corrêa do Lago admitiu em entrevista a Vladimir Platonow, da TV Brasil que as coisas mudaram um pouco, e que as consultas aos diversos grupos foram retomadas e prosseguem. “As negociações seguem durante todo dia e vamos até onde vão. As COPs em geral costumam levar mais tempo do que o previsto e estávamos tentando adiantar, mas vamos ver.”
Corrêa do Lago não descartou a necessidade de um eventual “mutirão” para intensificar os debates ainda hoje, mas informou que apenas no final da tarde haverá uma “percepção” de quando será o encerramento.
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Chegar aos resultados
A ministra Marina Silva, por sua vez, vê como prioritária a realização e qualidade dos debates, e não necessariamente seu prazo de encerramento. E enfatizou os temas que estão em jogo e ainda exigem dedicação para que se chegue aos “melhores resultados”.
Desse modo, a ministra menciona: “Agendas de financiamento, para socorrer os mais vulneráveis; de mitigação, para enfrentar a causa da mudança do clima; de adaptação. E outras questões que são igualmente importantes, como a questão de gênero, a questão de sinergia entre as convenções, além dos temas de adaptação, mitigação, financiamento, justiça climática, que muitas vezes não aparece dessa forma, mas é disso que se trata. Como todos poderão ser atendidos nas suas legítimas demandas. Transição justa é ser justa para todos”, afirmou
Questionada sobre a elaboração do documento final da conferência, Marina Silva classifica com muito difícil ter um documento 100% pronto. “O tempo todo você vai recebendo contribuições e há um processo dinâmico. Há um esforço muito grande para que a gente consiga avançar nas negociações, principalmente naquelas que estão aqui colocadas como muito, muito importantes, como é o caso da agenda de adaptação e financiamento”, argumentou.
Sem o financiamento, ela observa, é impossível que países vulneráveis consigam se adaptar ao cenário de aquecimento global. “Mas, para além disso, é importante que a gente tenha também o enfrentamento das causas. Por isso que tem um debate intenso sobre o enfrentamento de uma questão que é crucial, como sair da dependência do uso de combustível fóssil e como frear, parar o desmatamento.”
A ministra do Meio Ambiente reiterou que há em todos os grupos o senso de urgência em relação à conclusão dos trabalhos. E ponderou, entretanto, que todo o esforço da presidência da COP desde o início e de todas as delegações é no sentido de que alcançar objetivos. “O objetivo não é só terminar no prazo estabelecido, é conseguir o resultado exigido em relação à mudança do clima. Estou otimista sempre”, disse.
Sobre o Brasil conseguir fazer da COP 30 em Bel[e, a “COP da Verdade”, ou “COP da Implementação”, como se tem insistido em todos os debates, Marina Silva lembra: o Brasil tem a liderança da COP, mas quem vai conseguir esses resultados todos, de ser a COP da Verdade, a COP da Implementação, o grande mutirão, são os países que estão aqui. Não é um processo unilateral. É, por natureza, multilateral.”
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