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Na sexta-feira, 5 de setembro de 2025, o deputado Rui Falcão (PT-SP) sugeriu a criação de um dispositivo público — batizado de “anistiômetro” — para identificar quais parlamentares se posicionam favoravelmente a uma anistia ampla para os envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Inspirado no modelo do “impostômetro”, esse mecanismo teria como objetivo fornecer transparência ao debate e exercer pressão pública sobre os deputados para que expliquem sua posição de forma clara e pública. Falcão acredita que tal “placar” poderia frear a formação de uma maioria favorável à proposta. Durante a entrevista, ele ressaltou ainda um dado recente da pesquisa Datafolha, que indica que 61% da população relatou que não votaria em candidatos que defendem Bolsonaro, reforçando o impacto potencial da opinião pública nessa discussão.
Conflito em Brasília
A sugestão do “anistiômetro” emerge em meio à intensificação das tratativas políticas: uma ala do Centrão tenta impulsionar projetos de anistia, contemplando desde versões mais restritas — que excluiriam Bolsonaro — até propostas mais amplas, independentemente da recepção em plenário.
Na Câmara dos Deputados, o líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), já consegue reunir mais de 260 assinaturas em um requerimento de urgência que visa pautar a votação do tema. Por outro lado, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), declarou que só tomará uma decisão após o desfecho do julgamento de Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal.
No Senado, o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), sinalizou que não pretende pautar uma versão que beneficie diretamente o ex-presidente, numa clara tentativa de evitar um confronto institucional com o Supremo.
Tensão com o Judiciário
A articulação ocorre enquanto a Primeira Turma do STF conduz o julgamento que envolve Bolsonaro e ex-ministros sob a acusação de tentativa de golpe. O processo teve início em 2 de setembro e deve se estender pela próxima semana. Até o momento, já foram registradas mais de 630 condenações, além de acordos em regime de não persecução penal — o que amplia a sensibilidade política do tema durante o ano eleitoral.
Fonte: Brasil247
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