Flávio Bolsonaro endossa Trump e ataca STF: 'Quem deve julgar é o povo nas urnas'

Trump está certo

Flávio Bolsonaro endossa Trump e ataca STF: 'Quem deve julgar é o povo nas urnas'

Senador agradece apoio do republicano americano e classifica processo contra o pai como "caça às bruxas"

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) saiu em defesa pública do pai nesta segunda-feira (7), agradecendo o apoio do ex-presidente americano Donald Trump e intensificando os ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF). Em postagem nas redes sociais, o parlamentar endossou integralmente as críticas do republicano à Justiça brasileira e reforçou a narrativa de perseguição política contra Jair Bolsonaro, réu em ação penal por tentativa de golpe de Estado.

"Trump está certo: quem deve julgar Bolsonaro são os brasileiros nas urnas. Não se trata de justiça, se trata de uma verdadeira caça às bruxas contra quem ousou enfrentar o sistema e governar pelo povo", escreveu Flávio, ecoando o discurso de vitimização que tem caracterizado a defesa do ex-presidente. A declaração marca um novo capítulo na estratégia de internacionalização da defesa bolsonarista, buscando apoio externo para questionar a legitimidade do processo judicial brasileiro.

A manifestação do senador ocorreu poucas horas após Trump publicar uma mensagem contundente em defesa de Bolsonaro na Truth Social, sua rede social. O ex-presidente americano afirmou que tem acompanhado a "perseguição implacável" contra o brasileiro e declarou que "estarei assistindo à caça às bruxas de Jair Bolsonaro, sua família e milhares de seus apoiadores, muito de perto". Trump também sustentou que Bolsonaro "não é culpado de nada, exceto por ter lutado pelo povo" e criticou duramente o tratamento dado pelo Brasil ao ex-mandatário.

Flávio também aproveitou para elogiar o trabalho do irmão, deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), nas articulações internacionais: "Parabéns pelo seu trabalho incansável, meu irmão! Sabemos da sua luta aí!", escreveu, reconhecendo os esforços do parlamentar em construir uma rede de apoio internacional à família. A estratégia demonstra como o clã Bolsonaro tem buscado transformar o processo judicial em uma questão diplomática, tentando pressionar as instituições brasileiras através do apoio de líderes estrangeiros.

O contexto judicial que motiva essas declarações é grave e complexo. Jair Bolsonaro responde por crimes que incluem organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, além de deterioração de patrimônio tombado. A Procuradoria-Geral da República (PGR) aponta a existência de uma articulação organizada em quatro núcleos distintos, com o objetivo de deslegitimar o processo eleitoral e impedir a posse do presidente Lula em 2023.

O julgamento deve ocorrer entre agosto e setembro deste ano, segundo estimativas sobre o prazo para as alegações finais das defesas. Além de Bolsonaro, outros sete integrantes do núcleo central do antigo governo também são réus no processo, todos negando envolvimento em qualquer articulação golpista. O relator Alexandre de Moraes concedeu 15 dias para manifestação das defesas, em um processo que pode culminar em condenação com efeitos duradouros sobre os direitos políticos do ex-presidente. A estratégia de buscar apoio internacional, exemplificada pela gratidão a Trump, revela como a defesa bolsonarista tenta transformar uma questão judicial interna em um caso de repercussão global.

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Por Jornal da República em 07/07/2025
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