PL tentava reverter perdas de Alexandre Ramagem e Eduardo Bolsonaro, mas ação da PF contra Sósthenes e Jordy criou clima de ‘cada um por si’

A ofensiva da Polícia Federal contra integrantes do Partido Liberal (PL) atingiu em cheio o ambiente interno da legenda e freou articulações que vinham sendo feitas para tentar reverter desgastes recentes envolvendo Alexandre Ramagem e Eduardo Bolsonaro. A operação que teve como alvos Sósthenes Cavalcante e Carlos Jordy instaurou um clima de desconfiança e fragmentação dentro do partido, descrito por aliados como um cenário de ‘cada um por si’.

Antes da ação policial, lideranças do PL avaliavam estratégias políticas e jurídicas para reduzir os impactos das derrotas sofridas por Ramagem e Eduardo Bolsonaro em instâncias institucionais. A leitura interna era de que uma reação coordenada poderia conter danos maiores e preservar espaço político para os dois deputados. Com a operação da PF, porém, o foco mudou rapidamente.

Parlamentares passaram a priorizar a própria defesa e a medir riscos individuais, evitando associações públicas que pudessem ampliar o desgaste. A solidariedade interna, segundo relatos de bastidores, deu lugar à cautela extrema, com líderes evitando declarações e adiando iniciativas coletivas.

A avaliação predominante é que a investigação aprofundou fissuras já existentes na bancada do PL, dificultando qualquer ação unificada no curto prazo. O partido, que buscava reagir às perdas políticas recentes, agora lida com um ambiente marcado por insegurança e isolamento entre seus quadros mais expostos.

Nos corredores do Congresso, a percepção é de que a operação da Polícia Federal não apenas atingiu nomes específicos, mas também comprometeu a capacidade de articulação do PL, ao menos enquanto o impacto das investigações seguir reverberando no cenário político.

 

Fonte: Veja