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Tarcísio Sobrinho faz declarações polêmicas durante premiação da Abrasci em prédio histórico da ESA
Em evento realizado no prédio histórico da Escola Superior de Advocacia (ESA), onde funcionou a OAB e que foi alvo de atentado durante a ditadura militar, o advogado e jornalista Tarcísio Sobrinho fez declarações contundentes sobre a classe política brasileira. Durante entrevista ao Jornal da República, ele não poupou críticas aos parlamentares e defendeu uma "faxina" no Congresso Nacional.
O evento, organizado pela Academia Brasileira de Ciências, Artes, História e Literatura (Abrasci), homenageou mais de cem pessoas e teve como objetivo, segundo Sobrinho, "trazer alegria e esperança" para a população carioca. No entanto, foi durante a entrevista que o advogado expressou sua indignação com o cenário político atual, fazendo declarações que rapidamente ganharam repercussão nas redes sociais.
"Para mim tinha que entrar o Congresso todo em cana", declarou Sobrinho de forma categórica. Ele justificou sua posição criticando os altos salários dos parlamentares - que chegam a R$ 45 mil mensais, segundo suas palavras - enquanto a população enfrenta dificuldades com o alto custo de vida. O advogado destacou que planos de saúde para pessoas de sua idade custam entre R$ 3 mil e R$ 4 mil, evidenciando o descompasso entre a realidade dos políticos e dos cidadãos comuns.
A crítica se estendeu à política econômica, com Sobrinho apontando que "todos os nossos preços estão agregados ao dólar" como reflexo da falta de representatividade política efetiva. "Se tá tudo caro, se as pessoas entram no mercado e nós estamos com todos os nossos preços agregados ao dólar, é porque nós não temos político trabalhando pro país, nem pra nação brasileira", afirmou.
Em um momento de maior tensão, o advogado fez um apelo direto ao ministro Alexandre de Moraes: "Alô, Alexandre Moraes, bota para quebrar". A declaração gerou burburinho entre os presentes e demonstra o nível de insatisfação com o atual cenário político nacional.
Cenário político fluminense em xeque
Quando questionado especificamente sobre o Rio de Janeiro, Tarcísio Sobrinho demonstrou preocupação com a falta de candidatos consistentes para o governo estadual. Ele mencionou o prefeito Eduardo Paes como "um ótimo prefeito", mas questionou sua capacidade de gestão a nível estadual. "A nível de estado, não sei como se sairá", pontuou.
O advogado também citou Washington Reis como possível candidato, mas expressou incerteza sobre o futuro político do estado. "Hoje nós estamos nessa incerteza", declarou, referindo-se à indefinição sobre quem serão os principais postulantes ao governo fluminense.
Uma das principais preocupações levantadas por Sobrinho foi a atuação do Ministério Público no estado. Segundo ele, o "arrocho" do MP na política fluminense pode fazer com que "os candidatos vão sumir também", sugerindo que investigações em curso podem afetar o cenário eleitoral.
Crítica à perpetuação no poder
Durante sua fala, o advogado fez um apelo direto à população para que promova a renovação política. "Por que manter político no mandato se eles não são filhos nem são cativos de vocês?", questionou, defendendo que apenas com a renovação chegam "outros projetos para atender" a população.
Sobrinho alertou para o que chamou de "milícia da política", que segundo ele vai "tomando conta de tudo e de todos" quando há perpetuação no poder. Essa crítica reflete uma preocupação crescente com a formação de grupos políticos que se mantêm no poder por longos períodos, prejudicando a alternância democrática.
O advogado também criticou o comportamento dos políticos eleitos, afirmando que "entram para o mandato, ficam ricos, saem do subúrbio, vão morar na Barra e deixam o nosso povo aqui ao léu". Essa declaração evidencia sua percepção de que há um distanciamento entre os representantes eleitos e suas bases eleitorais.
Evento em local histórico
O evento da Abrasci aconteceu no prédio histórico da ESA, local que carrega marcas importantes da história política brasileira. Durante a ditadura militar, o prédio foi alvo de um atentado a bomba, simbolizando a resistência da advocacia aos regimes autoritários.
A escolha do local para o evento não passou despercebida por Tarcísio Sobrinho, que mencionou tratar-se de um "prédio histórico que faz parte das lembranças ruins do nosso estado do Rio de Janeiro". No entanto, ele destacou que o evento trouxe "alegria" e "esperança" para um local marcado por memórias difíceis.
A premiação homenageou mais de cem pessoas e contou com a presença de membros da Abrasci, incluindo Valdirene, Jair Grace e Nicolas, além do próprio Tarcísio Sobrinho. O objetivo, segundo o advogado, foi "abrir um sol, um novo horizonte" para a população carioca.
Apelo pela autoestima carioca
Um dos pontos centrais da fala de Sobrinho foi a necessidade de resgatar a autoestima do povo carioca. Ele defendeu a importância de "acender a chama da autoestima do povo carioca", que segundo ele está "muito sofrido por falta de político comprometido".
O advogado relacionou essa questão à falta de políticas públicas efetivas e ao que considera um descaso dos políticos eleitos com suas bases. "Nós estamos tão sofridos por falta de políticas públicas, por falta de comprometimento dos nossos políticos, jogam com nossa cidadania", declarou.
Essa preocupação com a autoestima carioca reflete uma percepção mais ampla sobre o estado emocional da população fluminense, que enfrenta desafios econômicos e sociais significativos. Para Sobrinho, eventos como o da Abrasci são fundamentais para contrabalançar esse cenário negativo.
Repercussão nas redes sociais
As declarações de Tarcísio Sobrinho rapidamente ganharam repercussão nas redes sociais, com internautas dividindo opiniões sobre suas colocações. Enquanto alguns apoiaram suas críticas à classe política, outros questionaram o tom das declarações e a adequação de certas expressões utilizadas.
O apelo direto ao ministro Alexandre de Moraes foi um dos pontos que mais gerou debate online, com usuários discutindo os limites entre crítica política legítima e possíveis excessos retóricos. A declaração sobre "entrar o Congresso todo em cana" também provocou reações diversas.
A entrevista, realizada pelo Jornal da República, demonstra como eventos aparentemente protocolares podem se transformar em momentos de expressão de insatisfações políticas mais profundas. O caso evidencia o clima de tensão que marca o atual momento político brasileiro.
Reflexo de insatisfação popular
As declarações de Tarcísio Sobrinho podem ser interpretadas como reflexo de uma insatisfação popular mais ampla com a classe política brasileira. Pesquisas de opinião têm mostrado consistentemente baixos índices de confiança da população nos políticos e nas instituições.
O advogado canalizou sentimentos que parecem ecoar em parcelas significativas da sociedade, especialmente no que se refere aos altos custos da política e à percepção de distanciamento entre representantes e representados. Suas críticas tocam em pontos sensíveis do debate político contemporâneo.
A menção específica aos altos salários parlamentares e aos custos de planos de saúde ilustra como questões econômicas cotidianas se conectam com a percepção sobre a efetividade da representação política. Essa conexão entre economia doméstica e política institucional marca o discurso de Sobrinho.

Repórter Ralph Lichotti - Advogado e Jornalista, Editor do Ultima Hora Online e Jornal da República, Foi Sócio Diretor do Jornal O Fluminense e acionista majoritário do Tribuna da Imprensa, Secretário Geral da Associação Nacional, Internacional de Imprensa - ANI, Ex- Secretário Municipal de Receita de Itaperuna-RJ, Ex-Presidente da Comissão de Sindicância e Conselheiro da Associação Brasileira de Imprensa - ABI - MTb 31.335/RJ
Por Robson Talber @robsontalber
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