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apenas um desabafo político, mas uma análise econômica crucial. Desde que a BR Distribuidora foi privatizada durante o governo de Michel Temer, após o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, o Brasil perdeu uma importante ferramenta para regular os preços dos combustíveis.
A Petrobras sempre foi projetada para ser uma empresa integrada, atuando desde a remoção do petróleo até a distribuição dos derivados. Esse modelo garantiu que o Estado tivesse controle sobre as etapas da cadeia produtiva. No entanto, ao vender a BR Distribuidora, o governo Temer enfraqueceu o papel da Petrobras na regulação dos preços, entregando essa responsabilidade a empresas privadas, cujo principal interesse é o lucro, e não a estabilidade do mercado.
A privatização da BR Distribuidora simboliza o desmonte do papel do Estado na economia, processo que foi aprofundado no governo de Jair Bolsonaro. A justificativa para essa venda sempre foi a de tornar o setor mais “eficiente” e “competitivo”, mas, na prática, o que foi comprovado foi uma mudança significativa. A antiga BR Distribuidora, que atuava como um braço estratégico da Petrobras, foi transformada na Vibra Energia, uma empresa privada que segue as dinâmicas do mercado, focada em maximizar os lucros para seus acionistas.
Lula tem razão ao afirmar que os intermediários estão prejudicando o povo brasileiro, mas a solução para esse problema vai além de discursos ou simples pedidos à Petrobras. A única saída realista é devolver à estatal o controle sobre a distribuição de combustíveis no Brasil. Isso pode ocorrer de duas maneiras: ou reestatizando a BR Distribuidora, trazendo-a de volta ao controle da Petrobras, ou fazendo com que a empresa retome a distribuição, criando uma rede própria de postos que possa competir com as empresas privadas e reduzindo a especulação dos preços.
A analogia de uma empresa de petróleo sem uma rede de distribuição própria ser comparada a um exército sem logística é pertinente. Sem o controle da distribuição, a Petrobras perde sua capacidade regular de mercado e se torna refém dos grandes distribuidores privados, que em vez de controlar os preços, alimentam as distorções do mercado.
Se o objetivo do governo Lula é garantir que os brasileiros paguem um preço justo pelos combustíveis, não há alternativa senão restaurar à Petrobras o pleno controle sobre o setor. A privatização da BR Distribuidora foi um erro histórico, e sua correção não é uma questão ideológica, mas de soberania econômica.
Fonte: Brasil247
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