Assine nossa newsletter e fique por dentro de tudo que rola na sua região.
O Partido dos Trabalhadores do Rio de Janeiro define neste domingo o futuro de uma das principais legendas da esquerda brasileira em meio a uma disputa que vai muito além da escolha de dirigentes.
Mais de 35 mil petistas estão aptos a votar em mais de 150 locais espalhados pelo estado, mas o que está em jogo é a alma do partido: de um lado, o pragmatismo financeiro do grupo de Washington Quaquá; do outro, a resistência das lideranças históricas que veem sua influência sendo sistematicamente corroída.
A polarização está cristalizada entre Diego Zeidan, atual secretário de Habitação do Rio e filho do todo-poderoso prefeito de Maricá, e o deputado federal Reimont, apoiado por nomes como Benedita da Silva, Lindbergh Farias e André Ceciliano.
A matemática eleitoral, porém, parece já ter definido o vencedor: Diego conta com o apoio de sete chapas, enquanto Reimont conseguiu unir todas as demais lideranças em apenas uma chapa - um sinal claro de como o dinheiro e a máquina política de Maricá conseguiram fragmentar a oposição interna.
Como observou um militante histórico: "Quaquá transformou o PT numa empresa familiar. O partido que nasceu para combater o clientelismo agora é refém dele."
A estratégia do grupo de Maricá foi simples e eficaz: investir em filiações em massa, empregar dirigentes de todo o estado na prefeitura e criar uma rede de dependência financeira que garante fidelidade eleitoral, como é o caso de Pansera que empregou dezenas de seus militantes de Duque de Caxias em.Maricá. Enquanto isso, as lideranças tradicionais assistem impotentes à descaracterização ideológica da legenda.
A única dissidência significativa no bloco de Quaquá vem de Marcelo Freixo, que integra a chapa de João Maurício mas apoia Reimont. No entanto, como reconhecem os próprios petistas, "Freixo é apenas Freixo na aritmética eleitoral interna" - um "cristão-novo" no partido, sem base partidária consolidada.
Sua posição, embora simbolicamente importante, não altera a correlação de forças que favorece esmagadoramente o grupo de Zeidan.
Reimont tenta resistir com um discurso que ecoa os tempos heroicos do PT: "O partido não tem dono. Ele precisa ser governado num diálogo permanente com o coletivo que o compõe."
Suas palavras soam quase nostálgicas diante da realidade atual, onde o dinheiro público de Maricá se transformou no combustível das eleições internas.
Como ele mesmo reconhece: "O partido não nasceu para ficar na mão de uma família ou grupo pequeno" - uma crítica direta ao que considera a "patrimonialização" do PT pelos Quaquá.
A vitória de Diego Zeidan, considerada praticamente certa pelos interlocutores internos, representará mais que uma simples mudança de comando. Será a consolidação definitiva do modelo "Maricá" de fazer política dentro do PT: pragmático, clientelista e despolitizado.
As decisões sobre candidaturas e alianças passarão pelo diretório controlado pelo grupo de Quaquá, enterrando de vez a influência das lideranças históricas que construíram o partido através dos movimentos estudantil, sindical e de base.
O resultado, divulgado a partir das 21h, pode marcar o fim de uma era e o início de outra - onde a ideologia cedeu lugar à conta bancária.
#PTRio #DiegoZeidan #Reimont #WashingtonQuaquá #BeneditaDaSilva #LindberghFarias #AndréCeciliano #MarceloFreixo #PED2025 #EleicoesPT #Maricá #PoliticaRJ #EsquerdaBrasileira #MilitanciaHistorica
Nenhum comentário. Seja o primeiro a comentar!